Monday, January 14, 2013

Psicologia x Aconselhamento Bíblico (I)



Cerca de 1500 anos atrás, o guerreiro-chefe de uma tribo primitiva germânica, sem rodeios questionou o visitante missionário: “Por que eu deveria acreditar nesse Jesus que você me fala?” O homem de Deus respondeu: “Porque em Jesus Cristo você encontrará maravilhas e maravilhas e toda a verdade.”
Aquele conselheiro ainda é cheio dessas maravilhas. Como qualquer um de nós pode servi-lO bem? Como todos nós podemos servi-lO bem? Temos de nos perguntar algumas coisas.
Devemos saber a gravidade da nossa condição como seres humanos. Tendemos ao defeito. Somos idólatras. Nós somos traidores, compulsivamente e cegamente. Nós queremos as coisas erradas. Estamos condenados. Precisamos salvação de nós mesmos e daquilo que trazemos em nós mesmos. Isto não é um problema geral, um problema teórico, ou o problema da outra pessoa. É o meu problema específico, e os seus, e da outra pessoa, também: “tudo o que é feito sob o sol, em que há um destino para todos. Além disso, os corações dos filhos dos homens está cheio de maldade e loucura está em seu coração enquanto vivem, e depois morrer” (Eclesiastes 9:3).
Temos de conhecer a glória e a mais pura bondade que nosso Pai que nos deu em Jesus Cristo.Conhecer Jesus em verdade e amor é como encontrar a única coisa que vale a pena, a felicidade duradoura, o propósito da vida: ““Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou”. Aquele que estava assentado no trono disse: “Estou fazendo novas todas as coisas!” (Ap 21:3-5).
Devemos conhecer a sabedoria impressionante da Palavra de Deus. Deus fala profunda e abrangentemente das condições concretas de vida de cada pessoa. Ele fala com a intenção e poder para mudar-nos: “A lei do Senhor é perfeita, e revigora a alma. Os testemunhos do Senhor são dignos de confiança, e tornam sábios os inexperientes. Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos. O temor do Senhor é puro, e dura para sempre. As ordenanças do Senhor são verdadeiras, são todas elas justas… Que as palavras da minha boca e a meditação do meu coração sejam agradáveis a ti, Senhor, minha Rocha e meu Resgatador!” (Sl 19. 7-9,14)
Temos de estar cientes do nosso chamado de filhos desse Pai. Jesus anuncia o Seu reino com as palavras: “Arrependei-vos.” Isto significa “Mudança”. Sua graça e verdade são justamente sobre o nosso processo de mudança. Somos chamados a realizar a nova criação para o palco da história, nos detalhes de nossas vidas. Somos chamados a mudar, e mudar o mundo. Estamos numa corrida de arrependimento e renovação. Jesus tem a intenção de nos ensinar a viver como “discípulos” (convertidos, aprendizes, estudantes), de modo que nós nos tornamos Seus instrumentos de mudança na vida dos outros. O Conselheiro maravilhado faz do Christianoi, “povo-de-Cristo”, aprendizes e conselheiros também maravilhados: “Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.”(Ef 4:15).


Devemos saber que o caminho de Deus é qualitativamente diferente de tudo disponível no bazar de opções, de outros conselhos, outros esquemas, outras práticas, outros sistemas. A única sanidade e a única vida são apenas para conhecê-Lo como quem Ele é. Qualquer outra coisa perpetua a nossa loucura: “Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo.” (Col. 2:8).

Psicologia tem a chave para o homem?
Nós deveríamos saber essas coisas, vivê-las, ministrar esse Cristo aos outros:
Tentativas de definir a fé cristã e a prática de formas mais precisas e úteis sempre surgem em um contexto de polêmica. As afirmações e negações abaixo não são exceções. São sobre “aconselhamento”. Mas um sistema de saúde mental que conhece o Senhorio de Cristo no aconselhamento, muda o panorama, mente e as práticas da cultura. Mesmo no campo do “aconselhamento cristão” tem se tomado grande parte das sugestões da psicologia secular, como se as Escrituras realmente não tenham muito a dizer além de religiosidade e moralidade. Mas quando olhamos mais de perto a vida, como nós aprendemos a olhar com olhos de Deus, como nós conhecemos a nós mesmos, na verdade, torna-se cada vez mais claro que as Escrituras são sobre aconselhamento: categorias, diagnósticos, as explicações causais do comportamento e da emoção, interpretações do exterior, sofrimentos e influências, as definições de soluções concretas e viáveis, caráter do conselheiro, as metas para o processo de aconselhamento, configurando as estruturas profissionais para fazer o aconselhamento e as críticas dos modelos concorrentes. Estas são todas as questões para as quais Deus fala diretamente, especificamente e com freqüência. Ele nos chama para ouvir atentamente, pensar bastante, para iniciar um trabalho digno e para desenvolver a nossa teologia prática face-a-face no ministério. Essas afirmações e negações são uma tentativa de afirmar o que o Senhor vê, diz e faz:
Seção I trata da suficiência das Escrituras. A menos que Deus minta, temos os “produtos” para desenvolver o aconselhamento bíblico sistemático, assim como temos os “produtos” para a pregação, ensino, adoração, misericórdia e missões. A fim de aconselhar os outros bem, precisamos de uma ampla e penetrante análise da condição humana: Seção II. Temos de buscar soluções eficazes, igualmente “grandes” e penetrantes. o Redentor envolve a variedade de pessoas e de problemas de forma adequada: Seções III e IV. Devemos incluir o aconselhamento nas estruturas sociais: Secção V. Devemos estabelecer um ponto de vista sobre a interação com outros sistemas de aconselhamento: Seções VI e VII. As Escrituras têm a intenção de nos ensinar a conhecer e fazer estas coisas, para que possamos curar e cuidar de almas da maneira Jesus Cristo.

1. Verdadeiro conhecimento das pessoas e do aconselhamento prático
Nós afirmamos que a Bíblia é a revelação do próprio Deus em relação com suas criaturas, e, como, verdadeira – ela explica as pessoas e situações.
Negamos que qualquer outra fonte de conhecimento tem autoridade para explicar as pessoas e situações.
Afirmamos que a Bíblia, como a revelação da atividade redentora de Jesus Cristo, tem a intenção de orientar e informar especificamente o ministério de aconselhamento.
Negamos que qualquer outra fonte de conhecimento tem autoridade para nos equipar para a tarefa de aconselhar pessoas.
Afirmamos que o aconselhamento sábio exige um trabalho prático teologicamente, a fim de compreender a Escritura, pessoas e situações. Temos de desenvolver continuamente o nosso caráter pessoal, para um entendimento sábio das pessoas, desenvolvimento de habilidades pastorais e estruturas institucionais.
Negamos que a Bíblia tem a intenção de servir como uma enciclopédia de textos como prova contendo todos os fatos sobre os povos e a diversidade de problemas na vida.
Afirmamos que as idéias, objetivos e práticas de aconselhamento devem coexistir em harmonia explicita com os credos históricos, confissões, hinos e outros escritos sábio que expressam a fé e a prática da Igreja de Jesus Cristo.
Negamos que a sabedoria do passado define suficientemente as questões de orientação do ministério para hoje, como se a sabedoria necessária fosse simplesmente uma questão de recuperar as realizações do passado.

2. As inclinações da condição humana e o escopo da verdade bíblica
Afirmamos que os seres humanos são criados fundamentalmente dependentes e também responsáveis diante de Deus. As pessoas só podem ser compreendidas quando estas realidades controlam o olhar do conselheiro.
Negamos que qualquer forma de autonomia separa as pessoas da dependência de
Negamos que qualquer forma de determinismo neutraliza a responsabilização diante de Deus.
Afirmamos que o ideal para o funcionamento humano é a fé que opera pelo amor. Tal amor a Deus e ao próximo é o padrão contra o qual especificamente entendemos o que tem de errado com as pessoas. É a meta que o aconselhamento deve especificamente aspirar.
Negamos que qualquer outro padrão ou objetivos são verdadeiros.
Afirmamos que o mal, feito por nós e o que nos acomete, é o problema mais fundamental e intenso da vida. O nosso próprio pecado, em todas as suas facetas e dimensões, é primário e auto-gerado. As circunstâncias que acontecem conosco fornecem um contexto provocativo (“provações e tentações”) e conseqüências (“colhe o que planta”) para a nossa resposta moral, mas não determinam a qualidade de nossa resposta moral.
Negamos que qualquer outro diagnóstico seja válido.
Negamos que a natureza ou estímulos determinem a qualidade de nossa resposta moral.
Afirmamos que as Escrituras definem a gama de problemas nas vidas de todos os povos em todas as situações.
Negamos que a verdade bíblica seja limitada a uma esfera “religiosa” ou  de crenças “espirituais”, atividades, pessoas, emoções, ou instituições desconexas com as esferas da vida no dia-a-dia.
Negamos que qualquer área particular da vida humana pode ser colocada como única/exclusivo das teorias, práticas e profissões das psicologias modernas.

3. A solução para o pecado e a condição da miséria humana
Afirmamos que a Bíblia ensina, convida, adverte, manda, canta, e fala qual a solução para os problemas da humanidade. No evangelho de Jesus Cristo, Deus age pessoalmente. Em palavras e atos, Ele nos redime do pecado e da miséria operando Sua graça no passado, presente e futuro. Deus usa vários meios de graça, incluindo as conversas pessoais do aconselhamento sábio.
Negamos que qualquer outra solução ou terapia realmente curem a alma, ou possam mudar-nos do profano ao sagrado, de pecadores à justiça, da sanidade à loucura, da cegueira à visão, de auto-destruição à uma fé que trabalha através do amor.
Afirmamos que a graça comum e providencial de Deus traz muitos presentes para as pessoas, tanto individuais como gentilezas e também bênçãos sociais: por exemplo, tratamento médico, ajuda econômica, a justiça política, a proteção aos fracos, oportunidade de educação. O aconselhamento sábio incentivará os ministérios de misericórdia, como parte do chamado ao amor.
Negamos que tais presentes podem curar males da alma. Quando eles pretendem curar a condição humana, são falsos e enganosos, competindo com Cristo.
Negamos que aconselhamento sem Cristo – seja psicoterápico, filosófico, quase religioso, ou abertamente religioso ou é verdadeiro ou é bom. Suas mensagens são essencialmente falsas e enganosas, competindo com Cristo.

4. Natureza e meios de mudanças
Afirmamos que o processo de crescimento que o aconselhamento deve procurar é a conversão seguida de um processo longo de santificação progressiva que toma toda a vida dentro de cada circunstância. Nossa motivação, processos de pensamentos, ações, palavras, emoções, atitudes, valores, coração, alma, mente, e devem se assemelhar cada vez mais Jesus Cristo no amor consciente e evidente para Deus e outras pessoas
Negamos que haja qualquer método para a perfeição instantânea ou completa para chegar a imagem de Jesus Cristo. O processo de mudança continua até que vê-Lo face a face.
Negamos que os processos e as metas estabelecidas como auto-realização, a cura das lembranças, satisfação de necessidades psicológicas, a adaptação social, a construção de auto-estima, a valorização, a individuação, etc. descrevem objetivos válidos no aconselhamento, embora até possam ter analogias com elementos da sabedoria bíblica.
Afirmamos que a Bíblia ensina explicitamente os fundamentos do método de aconselhamento por preceito e exemplo. Falando a verdade em amor, agimos como instrumentos tangíveis da graça de Deus na vida dos outros.
Negamos que a psicoterapia moderna entende corretamente a metodologia ou prática do aconselhamento sábio, embora até possam fazer analogias aos elementos da sabedoria bíblica.

5. Contexto social e o escopo do ministério de aconselhamento
Afirmamos que o Espírito e a Palavra criam a igreja de Jesus Cristo, e que o povo de Deus deve fornecer pessoal, social e institucionalmente os meios físicos para falar a verdade em amor.
Negamos que os profissionais de saúde mental e as suas instituições têm o direito de reivindicar qualquer setor de problemas na vida como prerrogativa especial. Até mesmo aqueles que sofrem problemas mentalmente incapacitantes medicamente precisam de aconselhamento divino.
Afirmamos que os objetivos, conteúdos e meios do ministério de aconselhamento são uma peça da realização ministério público (as disciplinas espirituais, misericórdia). Estes são aspectos diferentes do ministério redentivo de Cristo.
Negamos que as pessoas e os problemas abordados pela atividade denominada “psicoterapica” caiam fora do âmbito da aplicação do ministério de Cristo em palavras e atos.
Afirmamos que a principal e mais completa expressão do ministério de aconselhamento ocorre em comunidades da igreja local onde os pastores eficazmente pastoream almas, equipando e supervisionando as diversas formas do ministério de cada membro.
Negamos que as formas institucionais e as funções profissionais do sistema de saúde mental forneçam um quadro normativo e desejável para o ministério de aconselhamento.
Negamos que as formas atuais de vida da igreja e as concepções do papel pastoral são necessariamente adequados e normativos, como veículos para treinar, fornecer e supervisionar o ministério de aconselhamento eficaz. O corpo de Cristo precisa de reforma institucional, desenvolvimento e inovação.
Negamos que “para-igrejas” e outras formas cooperativas de aconselhamento no ministério do corpo de Cristo são inerentemente erradas.

6. A providência de Deus e a interação entre sua graça comum e práticas intelectuais nos efeitos do pecado.
Afirmamos que numerosas disciplinas e profissões podem contribuir para um aumento em nosso conhecimento das pessoas e como ajudá-los. A Escritura ensina um ponto de vista e um olhar pelo qual os crentes podem aprender muitas coisas de quem não é cristão.
Negamos que qualquer uma dessas disciplinas e profissões podem se alinhar e constituir um sistema de fé e prática para um aconselhamento sábio.
Afirmamos que o compromisso com o secularismo distorce disciplinas e profissões fundamental e universalmente. Pessoas que não pensam e nem vivem em submissão a mente de Cristo vão interpretar mal as coisas que vêem. E fracassarão nas matérias sobre as quais eles se importam mais profundamente e desenvolvem habilidade.
Negamos que as disciplinas e profissões seculares são completamente ignorantes pelos efeitos intelectuais, morais e estéticos do pecado. A operação da graça comum de Deus pode fazer dos incrédulos relativamente atentos, atenciosos, estimulantes e informativos.
Afirmamos que as teorias da personalidade são, essencialmente teologias falsas, e as psicoterapias são essencialmente falsas formas de cura de almas. Mesmo as mais descritivas e empíricas correntes psicológicas são muito enviesados por pressupostos seculares, e seus resultados precisam ser reinterpretadas pela cosmovisão bíblica.
Negamos que a investigação psicológica, as teorias de personalidade e psicoterapia devem ser vistas como “ciência objetiva”. Maneira como o termo é geralmente entendido. Também não devem ser vistos como extensões da medicina e da prática médica.

7. Boas notícias para pessoas psicologizadas e uma sociedade psicologizada.
Afirmamos que aconselhamento bíblico maduro, consistente, amoroso e eficazmente bíblico será uma força poderosa de evangelismo e apologética no mundo moderno.
Negamos que a interação mais importante da igreja com a psicologia moderna seja o que pode ser aprendido dela.

Tradução: Rafael Bello | ipródigo.com

Por: David Powlison  Font: IPródigo

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ESQUECERAM DE MIM




Um menino é esquecido por sua família em plena época do Natal. Qual é o nome do filme? Fácil: “Esqueceram de mim”. Em dezembro, essa engraçada produção de 1990, estrelada por Macaulay Culkin, sempre é reapresentada por algum canal de TV. Culkin interpreta o “indefeso” garotinho Kevin, que, ao ser esquecido em casa sozinho por seus pais, tem de se defender de dois bandidos atrapalhados.

Neste artigo, desejo mencionar outro Menino que vem sendo esquecido, especialmente no seu aniversário. Quem vai a São Paulo, mais precisamente à iluminada Avenida Paulista, ou aos grandes shoppings brasileiros, a fim de ver as decorações e apresentações do Natal, vê luzes, estrelas, neve, ursos polares, duendes e gnomos coloridos, Papais Noéis de todos os tipos, danças, apresentações teatrais… Mas, e o Menino? Não há nenhuma (nenhuma, mesmo!) alusão ao Natal de Cristo!

Se pudéssemos entrevistar o Senhor Jesus, nessa época do ano, e perguntar-lhe a respeito do Natal, creio que Ele responderia: “Esqueceram de mim”. Sim, a humanidade se esqueceu da linda história do Natal de Cristo e substituiu-a por fábulas sem graça, sem vida, sem verdade bíblica e histórica, a despeito das luzes e cores.

Não somos deste mundo, mas vivemos nele. Como servos do Senhor, temos liberdade para admirar as invenções humanas dessa época natalina. E elas, de fato, são encantadoras, iluminadas, engenhosas, surpreendentes. Mas que Deus nos guarde de, influenciados pelo espírito do Anticristo prevalecente neste mundo tenebroso, nos esquecermos do verdadeiro sentido do Natal.

Em Jeremias 23.27 está escrito: “Os quais [falsos profetas] cuidam que farão que o meu povo se esqueça do meu nome, pelos sonhos que cada um conta ao seu companheiro, assim como seus pais se esqueceram do meu nome, por causa de Baal”. Penso exatamente isso, ao ver as decorações de Natal. Artistas do mundo sem Deus, assim como os falsos profetas dos dias de Jeremias, querem fazer com que as pessoas se esqueçam definitivamente do Menino.

O que é mais triste é ver crentes (inclusive, alguns pastores) mal-instruídos dizendo que não vão comemorar o Natal, pois se trata de uma festa pagã. Onde eles aprenderam isso? O Natal de Cristo precede e transcende o paganismo! E, se tem um povo que deve fazer questão de celebrar o Natal, esse é a Igreja de Cristo!

Mesmo sabendo que Jesus não nasceu em 25 de dezembro, não podemos deixar de aproveitar essa data para lembrar o mundo daquela sublime noite em Belém! Que privilégio tiveram aqueles pastores belemitas, envolvidos pela glória de Deus enquanto guardavam seu rebanho… Mas a mensagem outorgada a eles é extensiva a toda a humanidade: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10-12).

Não nos esqueçamos, portanto, de que Jesus é Salvador, Cristo e também Senhor. E, por isso, jamais deve ser ignorado ou esquecido. Não ajamos como os crentes de Laodiceia, que deixaram Jesus do lado de fora (Ap 3.20). Ele continua batendo à porta dos corações e dizendo: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14.23).

Adoremos a Cristo diariamente! Mas isso não nos impede de celebramos o nascimento dEle, a fim de que o mundo conheça o verdadeiro protagonista do Natal!

Ciro Sanches Zibordi

Pague e Peque! Uma Análise sobre a Questão do Dízimo.


QUINTA-FEIRA, 9 DE AGOSTO DE 2012


Carlos Moreira

“De fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento”. 1ª. Tm. 6:6

A frase de Paulo foi dita ao seu filho Timóteo num contexto de orientação pastoral sobre diversos preceitos que eram necessários ser observados na igreja. O contexto subjacente, todavia, tratava de pessoas que não se conformavam a sã doutrina e faziam alquimia com a mensagem tendo em vista o enriquecimento ilícito.

Que a religião sempre foi fonte de lucro para os perversos, todos nós já sabemos. No caso da religião dos hebreus não era diferente. Por isso Jesus teve aquela reação tão radical quanto ao comércio que era feito no entorno do templo. Na verdade, Ele acabou sendo a “pedra” que “caiu” dentro da “engrenagem” e, como consequência, acabou por desmantelar todo o “sistema”.

Quando a igreja começou a se organizar, a partir de Jerusalém, nos deparamos imediatamente com um episódio que nos oferece algumas informações sobre a questão de como o dinheiro era tratado entre os “do Caminho”. O texto que nos trás esta narrativa está no capítulo 5 de Atos, e registra o episódio da morte de Ananias e Safira.

Pois bem, este casal, de comum acordo, vendeu uma propriedade por certo dinheiro, mas, na hora de trazer a oferta aos “pés dos apóstolos”, subtraiu parte do valor “devido”. Por conta disso e, na minha análise, com intenções “pedagógicas”, Deus permitiu que ambos caíssem mortos diante de toda a comunidade.

Há três questões relevantes nesta passagem que podem nos trazer discernimento e luz para fazermos algumas avaliações sobre este ponto tão controverso da fé cristã que é a questão do dinheiro na igreja. O texto em si não fala do dízimo, mas mostra-nos o "espírito" que havia entre aqueles que comungavam a fé em Jesus de Nazaré em seus primórdios.

Em primeiro lugar, a morte sumária de Ananias e Safira demonstrava claramente que Deus não iria mais permitir que se trouxesse diante dEle qualquer que fosse a oferta sem que houvesse como contrapartida a consciência necessária para tal.

Diferentemente da “religião do templo”, que tinha por costume receber “sacrifícios” sem questionar sua razão ou procedência, agora estava posto um novo paradigma, e ele apontava para o fato de que o Senhor não iria mais admitir que a Ele se trouxesse qualquer que fosse a oferta se esta não fosse acompanhada por uma consciência reverente e um coração devotado.

Em segundo lugar, no verso 3, vemos Pedro questionando severamente Ananias pelo fato dele ter mentido ao Espírito Santo. Logo em seguida, sem qualquer explicação, o homem espirou e caiu morto.

O que ficou patente, então, era que atitudes performáticas, como a dos fariseus, que davam quantias vultosas para se exibirem publicamente e ficarem quites com a “Fazenda Celestial”, não tinham mais qualquer desdobramento ou significado, pois, só na luz e na verdade se poderia caminhar no Caminho. Assim, todo disfarce acabava por se constituir estelionato do ser, dessignificava as razões e intenções do coração e tornava inaceitável tudo o que se desejasse trazer perante Deus.

Em terceiro lugar, no verso 4, Pedro nos coloca diante de duas intrigantes questões. Ele faz duas asseverações bastante relevantes e que dão margem a fazermos algumas conjecturas. São elas: (1) “A propriedade não lhe pertencia?”. E (2) “Depois de vendida, o dinheiro não estava em seu poder?”. Ora, o que Pedro está afirmando são duas coisas importantíssimas, a saber:

(1) Que Deus não requer de ninguém que nenhum tipo de oferta lhe seja trazido a não ser que haja motivação no coração para fazê-lo. Os bens que possuímos são nossos por dádiva Sua e assim deve permanecer salvo o caso de haver em nós, de forma livre e espontânea, generosa e apaixonada, consciente e racional, a motivação de vendê-los e ofertá-los. Ninguém, sobre nenhum pretexto, pode ser constrangido a desfazer-se de seus bens sem que deseje fazê-lo, tendo como pretexto e subterfúgio a falsa justificativa de que “deus” está requerendo aquilo que é “seu” para a obra do “reino”.

(2) Que o fruto de toda receita que obtivermos, seja pela venda de um bem e, por analogia, pelo trabalho, pelo recebimento de uma herança, ou seja pelo que for, é nosso, e assim deve continuar salvo haja em nós uma motivação de ofertar parte dela ou mesmo o todo a Deus. O que Pedro afirmou a Ananias foi que, uma vez vendida à propriedade, 100% do valor era seu, e não 90%, descontado o dízimo, ou outro percentual qualquer. O que ficou posto, portanto, foi que a partir de então, toda contabilidade que fazemos com o Eterno é uma questão meramente humana, e não um requerimento Divino.

Agora compare estes argumentos, tirados da passagem de Atos capítulo 5, com estes outros textos abaixo:

Quanto à coleta para o povo de Deus, façam como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar.
1 Coríntios 16:1-2

Porque, se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e não de acordo com o que não tem.
2 Coríntios 8:12

No presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês. Então haverá igualdade, como está escrito: "Quem tinha recolhido muito não teve demais, e não faltou a quem tinha recolhido pouco".
2 Coríntios 8:14-15

Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria.
2 Coríntios 9:7

Não lhe parece que o "espírito" de todos eles é o mesmo? Não lhe parece uma espécie de modus operandis da igreja? Eu lhe afirmo que em nenhuma das epístolas de Paulo, que foi o apóstolo que mais abriu igrejas no I século, há qualquer orientação sobre ofertar a Deus que não siga esta "cartilha".  

Quando olho para as práticas vigentes em nossos dias, para o espólio dos incautos através da venda de “milagres”, do tráfico de influência, da venda de objetos supostamente imantados, das barganhas feitas com o “sagrado”, das manipulações calcadas em frases de efeito, dos cálculos que garantem o retorno sobre o “investimento”, fico imaginando o que pensa o Todo-Poderoso a respeito disso...

O que temos aí é, na verdade, doutrinas de demônios! É o “pague e peque”, o “dá ou desce”, o “dê que cresce” e o “você merece”. Eu confesso que temo e tremo só de imaginar como o Pai tratará aqueles que estão profanando o Sangue do Cordeiro. Sim, é isto que estão de fato fazendo, uma vez que reeditam a necessidade de se realizar novamente sacrifício em prol de se alcançar todo tipo de benesse e, de quebra, até a salvação.

E mais... Peca quem faz da igreja seu cabide ministerial, sua realização pessoal, quem retira financeiramente dela aquilo que ela não suporta, quem compromete quase que integralmente todas as receitas para viabilizar o salário de obreiro(s) e pastor(es). Eu sou pastor, servo da igreja, portanto, tenho autoridade para pregar o que prego!

De minha parte, continuarei a asseverar aquilo em que creio, conforme vejo em vários textos do Novo Testamento, sobretudo em Paulo, que dá quem quer, quanto quer, como bem entender. Oferta é uma questão de consciência, de zelo, de compromisso, de paixão. Quem não está provido destes pensamentos e sentimentos não deve dar nada a Deus, pois, assim fazendo, torna sua oferta abominação ao Senhor!

Portanto, quem quiser pregar sobre o dízimo que assim o faça, com boa consciência e fé,
deixando, contudo, as pessoas livres para fazê-lo com alegria, como recomenda Paulo nos textos que citamos acima. Ensine que a prática não se constitui  "Lei do Tesouro", nem assuste o povo com textos fora de contexto, como no caso de Malaquias 3, totalmente inaplicável para a igreja, nem tão pouco estabeleça metas e percentuais a serem alcançados, pois igreja não é empresa!

Por fim, se cremos que Jesus é o Cabeça da igreja, então, deixemos que Ele se responsabilize por provê-la. Se, ela, por algum motivo, vier a se inviabilizar por questões financeiras, melhor mesmo é fechá-la, pois, se o Dono não a deseja, porque nós deveríamos insistir em mantê-la?

Achou pouco? Então durma com um barulho desse...

Carlos Moreira é coeditor do Genizah.

Genizah

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CRÍTICA AO CQC




Há muito tempo, como vocês sabem, venho acompanhado as notícias sobre os exageros do humorístico da Band, o CQC, que se não por estupidez, faz humor com tudo o que seria politicamente correto nos tempos normais. Uma marcha pela destruição de valores morais, uma delinquência intelectual latente, que confunde pós-modernidade com pró-imoralidade. Tempos obscuros. Marcados pela perda de sentido das grandes instituições morais, sociais e políticas, depravadas pela mídia liberalista que confunde liberdade de expressão pela cultura aberta, pelo liberalismo desenfreado, pela convivência pacífico-lúdica dos antagonismos – violência e convívio, seriedade e humor, desrespeito e tolerância, limites e liberdade. Promoção patrocinada pela patrulha da comédia stand-up, sem piadas inocentes. Anedotas. Mas um texto sempre original, normalmente construído a partir de observações do dia a dia e do cotidiano. Pois bem. Some-se a isso o ódio que o humor irônico tem da religião, dos bons costumes e do politicamente correto.

É uma das heranças malditas do humor CQC. Um humor ilógico, irreverente, inescrupuloso, sem limites, que torna o politicamente incorreto em combustível para a arrogância e humilhação, acrescidas de pitadas de, deixem-me ver como chamar, “moral alternativa”. De maneira inequívoca, clara, insofismável, é capaz de incentivar, de maneira galante, divertida, a pedofilia – isso para não perder a oportunidade da piada. Preciso lembrar a piada do humorista Rafinha Bastos, ex-integrante da bancada CQC? Ou, o incentivo a crimes sexuais. Com a famosa frase: “Mulher feia deveria agradecer por ser estuprada”.

O humor que reforça o preconceito, que subtende que a opinião contrária é burrice. Isso não é humor. O humor CQC exige reflexão e isso inclui limitar seu “poder de fogo”. Esse humor, feito de modo tão bucéfalo, que promove o ódio religioso, o bullying e tantas outras formas de preconceito, que lança ofensas à emoção e a razão humana, mergulhando em raízes intelectuais, filosóficas, sociológicas… atropela a dignidade humana, reforçando o elitismo, ofendendo a fé.

Não é humor… Infelizmente é apenas um apelo gritante por maior atenção na mídia. Lembrando que dar uns cascudos na fé de mais de 90% dos brasileiros, que são cristãos, rende-lhes boa mídia. É a moda de juntar combate à religião a alguma causa politicamente correta.

Refiro-me ao episódio da reportagem que acompanhava o processo de debate na Audiência Pública promovida pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados na terça-feira (27) para discutir o Projeto de Decreto Legislativo 234/2011 proposto pelo deputado federal João Campos (PSDB-GO). Que visa sustar partes da Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que falam sobre a relação do profissional de psicologia em prestar atendimento quanto à orientação sexual de seus pacientes.

O mesmo humorístico que prega — em forma de protestos “engraçados” — a liberdade, subtende que o projeto do deputado João Campos, apelidado pelo “humor irônico” de “projeto pela cura gay”, não pode “permitir” que os profissionais de psicologia tenham “liberdade” para atender a necessidade de um paciente que deseje atendimento por não se sentir confortável em sua condição sexual. Por isso o humorístico “caiu de pau” (forma de expressão) nos líderes evangélicos que estiveram no debate, no qual eu me incluo.

Como se nota, trata-se de uma ignorância cultivada com esmero. Tratar sobre os limites do humor não é censura, quando se trata de restringir a liberdade de expressão que fere a pessoa humana, os valores morais. Trata-se, assim, para ficar no clima destes dias, de uma resguarda pela dignidade humana. Afinal, não existe liberdade absoluta, tão pouco existem direitos fundamentais absolutos e irrestritos. Sempre faremos ponderação em prol de valores que norteiam a sociedade.

Bem, não será desacatando autoridades, ofendendo religiosos ou judeus que criaremos humor. Não podemos nos desvalorizar como civilização em prol do humor ofensivo, desrespeitoso, repleto de paradoxos, competitividade, desvalorizando a cultura do respeito mutuo.

Pastor Abner Ferreira, presidente do Conselho dos Ministros Evangélicos do Brasil (CIMEB).