QUARTA-FEIRA, 15 DE JUNHO.
Gondim fuma maconha estragada, nega a volta de Cristo e inaugura a teologia da cenoura. Alfred Newman gostou e já se tornou membro da Betesda!
Escatologia é um assunto que vez por outra aparece no Genizah. Não temos aqui uma posição oficial sobre o assunto, exceto por um fato óbvio: todos esperam a volta de Cristo.
Temos três alegres militantes pós-milenistas, Hermes. Bispo Bill e Marcelo. Outros tantos que já defenderam posições nesta linha, mas não sei se tem a “carteirinha”: a Bráulia Ribeiro e o Digão.
Quanto a mim, o dispensacionalismo não me comove. Eu sei que para a maioria dos leitores – pentecostais e a maior parte dos batistas, esta forma de pensar a escatologia pareça ser a mais conservadora, mas de fato não é.
Veja aqui:
http://www.genizahvirtual.com/2010/07/em-caso-de-arrebatamento.html
http://www.genizahvirtual.com/2010/07/onze-razoes-porque-creio-que-cristo.html
http://www.genizahvirtual.com/2010/07/chegada-da-plenitude-dos-tempos.html
O dispensacionalismo e a consequente crença no arrebatamento secreto pré tribulação não é o entendimento da igreja primitiva ou mesmo o entendimento dominante entre os construtores de doutrina reformada. É coisa recente.
Hermes Fernandes nos oferece um bom das duas principais escolas de interpretação escatológica:
Teologia dos Pactos x Dispensacionalismo
Mesmo que alguns não concordem com a linha pós-milenista, é deveras importante que a conheçam e tenham a oportunidade de comparar. Não se contente apenas com as comparações propostas no texto. Pesquise, se aprofunde, ainda que isso resulte numa mudança de opinião ou na consolidação de sua opinião.
Eu, pessoalmente, já me sentia mais confortável com a escatologia de J Edwards, de R.C. Sproul e outros tantos reformados. Hermes Fernandes, consolidou a minha vocação. Eu usei aqui a palavra vocação propositalmente, não tinha a intenção de usar “entendimento”.
O entendimento, consolidei com base nas Escrituras, mas a vocação vem ao encontro deste entendimento com a responsabilidade de ser parte do Reino de Cristo na terra AGORA e, por consequência fazer parte da construção dos ideais de Cristo para o Seu Reino, assumindo a responsabilidade de ser usado por Deus para transformar o mundo.
Esta é a alegria de ser pós-milenista, reinista, enfim um cidadão do Reino de Deus do Cristo que já Reina.
Ou em outras palavras, como disse Dallas Willard:
O evangelho não é... Eis aqui o que você precisa saber e fazer para ir para o Céu depois de morrer. O Evangelho de Jesus trata de como ir para o Céu ANTES de morrer. Não a toa o Novo Testamento frequentemente nos trata como se já estivessemos mortos. Isto porque fizemos a transição de uma vida por nossa conta, para uma vida que O próprio Deus está vivendo em Seu Reino.
E o Gondim com isto?
Gondim, como sabemos tem se mostrado defensor do teísmo aberto.
Uma afronta que se atreve a ser resposta ao principal tormento dos teólogos - o tema do sofrimento. Contudo, no fim das contas e mais uma daquelas tentativas de fazer Deus caber no espaço da mente humana e que tenta explicar a aparente inoperância de Deus diante do sofrimento humano, em especial nos momentos das grandes tragédias. Uma proposta que para não atribuir a Deus o adjetivo de indiferente (ao sofrimento humano), ou até sádico, coloca-Lhe a pecha de incompetente, retirando-Lhe a onisciência e a onipotência.
Ou seja, como diante da tragédia da Serra Fluminense, ou qualquer outra, não conseguimos compreender no nosso limitado espreitar dos acontecimentos, o caráter Santo de Deus e a Sua justiça, buscamos uma justificativa qualquer que caiba na nossa compreensão, colocando, pois, Deus na caixa de sapato, ou pior: fazemos como os teólogos defensores do teísmo aberto e colocamos Deus na posição limitada dos homens.
No teismo aberto, o futuro está aberto para Deus. Tal como o homem, Deus presencia com surpresa e espanto o desenrolar da história da humanidade, lance por lance. deus continua sendo deus de alguma forma, ainda que não o Deus da teologia clássica: onipotente e onisciente do futuro que Ele mesmo decretou. Mas ainda assim, segue sendo um deus meia boca, que se não resolve muito comodeus neste nosso plano de existência, certamente é um Deus full power no Seu Reino cravado em outras paragens, sem conexão com o que se passa aqui. Sem um projeto para o Reino inaugurado por Jesus na terra.
Como isto já não fosse o bastante, Gondin apresenta agora a sua escatologia utópica, que na verdade merecia mesmo outro nome e atribui ao Senhor mais um novo atributo: o de mentiroso.
Partindo dos princípios otimistas de uma escatologia que leva a transformação do mundo e encoraja o crente a assumir o papel de sal da terra, luz do mundo, etc. que tanto emociona os pós-milenistas, Gondim descontrói os princípios bíblicos que sustentam a semeadura do amor cristão na terra e apresenta um projeto completamente herege como resultado do empenho do Senhor de encorajar Seus filhos:
A utopia da volta de Cristo: Jesus não volta. Maranata nunca mais!
E baseado no relativismo de Jurgen Möltmann, completa a teologia do deus incompetente, indolente, não misericordioso: deus é 171.
O deus mentiroso envia ser filho para um plano de salvação pós morte. Jesus não reina. deus é apenas expectador privilegiado da história, contudo para manter seu povo alerta e otimista, faz com que seu filho proponha uma mentira encorajadora à humanidade: Eu vou voltar!
Uma mentira sustentada em falsas promessas nas escrituras, perpretada pela proclamação de Sua própria noiva, a igreja, agora nem tão noiva, mas uma namorada, um caso, quem sabe, uma peguete!
Claro! Afinal o noivo não tem compromisso. Ele não pretende voltar para buscar a sua noiva. Foi só uma mentira, um sambarilove que Gizuz deu para dar um pega na donzela!
Jesus não voltou! E nem vai voltar! O propósito da mentira é ser apenas uma cenoura para a humanidade, algo capaz de levar o cristão à frente.
Caberá a humanidade evoluir para uma utopia à toque de cenoura (no bom sentido) onde, quem sabe deus poderá ou não estar. E o hino passa a ser:
♪ Se as águas do mar da vida quiserem te afogar
Não adianta clamar a deus, ele não sabe onde é o registro ♫
♪ Não temas segue adiante e não olhes para trás
Olha para a sua cenoura e vai ♫
E estará deus no morder da cenoura?
Deus não sabe, risos.
Afinal, o deus do teísmo sabe menos do futuro do que qualquer comentarista econômico da Globo ou a cigana da feira hippie da praça General Osório em Ipanema.
Que a cigana leia então o nosso destino!
E o que fazemos com a cenoura? Chama o Gondim...
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