(1630 – 1654)
Em fevereiro de 1630, uma esquadra de 67 navios, 7 mil homens, desembarcaram em PERNAMBUCO. Assim começava a conquista holandesa. O rico açúcar produzido na região foi o que atraiu aqueles conquistadores, que se instalaram no Recife por 24 anos.
O economista paraibano Celso Furtado, considerado o ideólogo do desenvolvimento, afirma em seu livro Formação econômica do Brasil, que “os holandeses eram nessa época o único povo que dispunha de suficiente organização para criar um mercado de grandes dimensões para um produto praticamente novo, como era o açúcar”.
Mauricio de Nassau
Em 1637, foi nomeado para administrar PERNAMBUCO, a Holanda brasileira, o conde Maurício de Nassau (1604-1679), então com 33 anos, de origem alemã, muito prestigiado na Holanda por seus feitos militares e por sua capacidade administrativa.
Era como uma figura do Renascimento, amigo e protetor de letrados e artistas.
Durante o seu governo o Recife mostrava sinais de prosperidade, tinha ares de uma cidade moderna. Nela, junto ao mar, os holandeses sentiam-se em casa. Os tempos de Nassau ficaram na memória histórica como gloriosos e inesquecíveis. Momentos como nenhuma outra cidade brasileira viveu. Artistas e estudiosos vindos da Europa deram ares renascentistas ao Recife.
Na sua comitiva, vieram pessoas das mais diversas áreas do saber: pintores, desenhistas, naturalistas, arquitetos, médicos, pastores evangélicos...
Os holandeses eram protestantes, tinham no comércio sua atividade economicamente mais importante. A colonização portuguesa contava com a forte presença do catolicismo, tinha uma estrutura de produção agrária.
Os católicos puderam exercer livremente o seu culto, o mesmo acontecendo com os judeus. A comunidade judaica tornou-se a mais importante das Américas. O Recife era, na época, a mais cosmopolita das cidades do continente americano.
“Mauritsstad” a Cidade Maurícia, como até hoje Recife é conhecido, logo se transformou num verdadeiro centro urbano, parecido com uma cidade européia. As ruas foram calçadas com tijolos e ganharam nomes holandeses.
Duas grandes pontes foram construídas, ligando a cidade ao continente. Áreas alagadiças foram drenadas para garantir o traçado regular das ruas. Abriram-se canais e construiram-se pontes. Nesses canais entravam barcos para transportar pessoas e mercadorias, como nas cidades holandesas à beira-mar. Nos dois palácios que construiu para si mesmo, Nassau mandou plantar um jardim botânico com árvores e plantas nativas da mata brasileira. Aves e animais foram reunidos num grande zoológico. A Holanda abandonou Pernambuco em 1654. Existe um fascínio que continua. Ainda hoje Recife é conhecida com a “Cidade Maurícia”.
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